sexta-feira, 13 de novembro de 2009

As japonesas e a moda

A palavra kimono significa “roupa, coisa de vestir” e está presente deste a Antiguidade até nos dias de hoje, sendo referencial típico em se tratando da indumentária japonesa. Esta carrega ainda em seu âmago toda a tradição milenar, sendo também considerado símbolo de valores estéticos e comportamentais da sociedade japonesa. Ao contrário do raciocínio da roupa ocidental, onde o tecido molda-se ao corpo, os kimonos sofreram o processo inverso, ou seja, na vestimenta japonesa são os tecidos que dão forma ao corpo através de dobras desenvolvidas com o intuito de refletir o aspecto cultural da sociedade, e confeccionados com medidas amplas e adaptados para servir em quaisquer pessoas.


Porém, essa indumentária sofreu grandes transformações a partir do final da 2ª Guerra Mundial com a derrota do Japão, ficando restrita somente a poucas ocasiões, como as cerimônias tradicionais de casamento ou a algumas profissões como as gueixas e famílias proprietárias de hospedaria tradicional.


Como conseqüência, os japoneses residindo no Brasil começaram a adotar comportamento como os dos brasileiros, incorporando a cultura majoritária como parte da sua. Devido a isso, os japoneses vêm misturando-se, criando uma nova identidade: a nipo-brasileira.


No Japão ocorreu o mesmo processo com a adoção de conceitos e estilos de vida ocidentais através do processo de americanização no país, refletindo no modo de vestir com uma ampla adoção de estrangeirismo. Nota-se, portanto, que os descendentes e os próprios japoneses sempre foram muito receptivos a influências externas. “Porém, “ao invés de meramente copiar aquilo que vem de fora, é do âmago dos japoneses pegar influências estrangeiras e reinventá-las conforme a cultural local”. (SATO, 2007).

Com o avanço econômico, e seu alto poder de compra, os japoneses passaram a consumir e demonstrar sua sintonia com o que acreditavam ser melhor e moderno: os Estados Unidos. “Nascidas e criadas num Japão cuja prosperidade econômica parecia infinita, a geração da “bolha” deu e ainda dá grande ênfase ao consumo, a acessórios de grife e a preocupações mundanas como a moda”. (SATO, 2007)

Assim, estes passaram a tornar-se um importante mercado para as principais marcas de artigos de luxo ocidentais, como Gucci, Fendi, Prada, Hermes e Dior, que já possuem lojas próprias no país. “É inegável o fascínio que a classe média japonesa possui por grifes.” (SATO, 2007). É tanto que a marca Louis Vuitton chegou a criar uma linha de produtos especialmente para atendê-las com uma versão multicolorida de sua tradicional estampa com o logo da marca LV, além de publicar uma vez por ano um catálogo em japonês com sua coleção para que as japonesas possam escolher antes de ir às lojas.

Além disso, numa fase de vida em que se busca auto-afirmação e aceitação social, a moda jovem tornou-se uma grande onda de consumo entre os adolescentes japoneses, onde a aparência tornou-se preocupação prioritária. Atualmente, o street fashion é o estilo que mais se destaca nas ruas japonesas influenciando outros, tais como, as yamamba, gothic lolita, cosplayer, kogal, gyaru, dentre outras.

A mídia também influenciou no comportamento de consumo das japonesas. “Duas revistas de moda jovem feminina, a “An-An” e a “Non-No”, com leitoras fiéis a ponto de seguirem cegamente as tendências mostradas nas revistas, tornaram-se as ditadoras de moda no Japão por mais de uma década”. (SATO, 2007). Essas revistas ainda encontram-se em circulação, ambas com a mesma linha editorial.

Assim, o Japão transformou-se em um país referencial em se tratando de moda, servindo como inspiração na busca de tendências para diversos estilistas, inclusive influenciando seus países vizinhos, como a China e Coréia não somente através da moda, como também culturalmente. Portanto, as japonesas tornaram-se as primeiras entre elas a incorporar a moda em seu modo de vestir e portar-se.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quem são as Yamambas?

Estudando o Japão como um estilo de vida, observa-se que a moda nativa sofreu uma grande variação. Um dos primeiros estilos irreverentes a surgir foi o das “Gyaru” (pronuncia japonesas para a palavra Girl-garota em inglês) que usavam cabelos coloridos, peles bronzeadas, estavam sempre na moda com vestidos bem curtos e saltos bem altos.

Porém, depois de um tempo essas garotas já não chamavam mais a atenção. Assim, surgiu a nova versão ultra exagerada das “Gayrus”, as “Yamambas”. Essas meninas ganharam esse apelido, que significa “Bruxas da Montanha” de uma antiga lenda que levou esse grupo a aderir ao visual, uma correntinha com um pingente de maça de plástico em tamanho natural.

Essa tribo está em qualquer lugar no Japão, principalmente nas maiores cidades, como: Tókio e Osaka. Elas têm de 15 a 20 anos, freqüentam escolas alternativas do Japão, porque não gostam de estudar, dormem e falam no celular nas aulas, pois o celular é o meio de comunicação mais usado por elas, tanto falando ou mandando mensagem de texto.

Ganharam a fama de garotas fúteis e sem conteúdo. Só usam roupas e acessórios de marca como Gucci e Alba Rosa, abusam dos shorts, saias e vestidos curtíssimos, saltos muito altos, maquiagem muito pesada e extravagante, com olhos e boca contornados com lápis branco, às vezes usam luvas e cabelos loiríssimos.

A maioria tem a pele quase negra á custo de muito bronzeamento artificial. O custo de vida dessas garotas é muito alto, por freqüentarem muitos lugares caros, como bares e casas noturnas, onde acontece a dança do “para para” que são passos de dança usando as mãos e que todos seguem ao mesmo tempo. Algumas delas, para sustentar o alto padrão de vida, chegam até mesmo a trabalhar durante o ano letivo (coisa proibida no Japão) ou até mesmo se prostituir, sustentadas por empresários de muito dinheiro.

Os intelectuais japoneses se preocupam com esse processo econômico cultural que vem transformando o Japão. Todos se perguntam no que essa revolução cultural e de valores vai dar. Onde a mídia foca nos jovens, com suas roupas ultra-extravagantes, fazendo com que sempre consumam mais. Quem sofreu mais com o poder capitalista, foi o jovem e, portanto, foi o primeiro á expressar sinais de mudanças.

Há pessoas que acreditam que isso não passa de uma jogada de marketing para vender camisas transadas, calças rasgadas e maquiagem de gosto duvidoso, para os jovens. Mas todos concordam que o grande problema é a recessão econômica que o Japão está passando e isso engatilha todo esse agito.

Assim, pode-se dizer que as Yamambas procuram na verdade é uma forma de mostrar que pensam diferentes e encontraram na sua própria imagem uma forma de mostrar que são livres das imposições culturais de sua sociedade.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Arte x Moda: caso Louis Vuitton

Afinal, a moda é arte? Ou a arte é moda? Tais questionamentos são dignos de discussão, afinal ambos são essenciais no processo que abrange a questão da criação, e por isso, estes dois elementos configuram numa relação de reciprocidade. É a moda buscando referências no contexto da arte, e vice-versa.

Dentro do contexto da moda, a arte sempre se fez presente, principalmente no que tange os elementos de inspiração para o processo criativo e de renovação. Segundo Lipovestky e Charles (2004), a sociedade é caracterizada pelo hiperconsumo, onde a paixão pela novidade e o desenvolvimento de produtos com obsolência programada faz aumentar a necessidade que as pessoas têm de consumir. Assim, para a moda é preciso, sempre, se reiventar. Esta é efêmera, transformadora, dinâmica, sempre buscando incessamente novas formas de expressão.


Devido a isso, a Louis Vuitton, marca fundada em 1854, sinônimo de sofisticação e expertise em tradição, investe cada vez mais em parcerias com os melhores artistas, arquitetos, designers e decoradores cujo objetivo consiste na reformulação de seus produtos e pontos-de-venda. Desde a década de 80, a LV tem desenvolvido a relação entre moda e arte com a participação dos pintores como César, Sol LeWitt e Olivier Debré, principalmente no que diz respeito a coleção prêt-a-porter, acessórios, malas de viagem, bolsas e acessórios.


Além dessas parcerias, Marc Jacobs, diretor criativo da marca desde 1997, estabelecera uma relação mais intensa ao convidar alguns dos mais conceituados artistas do mundo a elaborar novas estampas gráficas, exposições, reestruturação da fachada e ponto-de-venda etc, com o intuito de modernizar a imagem da marca.


A parceria com Stephen Sprouse, por exemplo, começara em 2001, marcado pelos seus ícones de grafite e flores. Esse ano, o artista colaborou novamente com a LV, lançando sua coleção com os mesmos elementos, porém com as cores flúor e que brilha no escuro. A loja da LV, do Soho, NY, também fora reformulada de acordo com a proposta de Stephen Sproouse, ou seja, inteira forrada de vinil com luzes néon.



Em 2009, Takashi Murakami contribui novamente com a coleção da marca, institulada de Super First Love. O clássico monograma LV fora todo colorido, inspirado na cultura pop japonesa, mais precisamente nos mangás. Além disso, as lojas de L.A. e Tokyo foram totalmente transformadas de acordo com o tema da coleção. Lindo!


A marca aposta tão fortemente nessa relação, que armou uma exposição institulada “Louis Vuitton: A Passion for Creation” no Museu da Arte, como parte do festival de arte anual French May Arts Festival, em parceria com o consulado da França, em Hong Kong. O artista Richand Prince fora convidado para envolver a instalação cujo tema eraromance e pulp-fiction. Dentre os artistas que contribuíram estão: Basquiat, Gilbert & George, Jeff Koons, Takashi Murakami, Stephen Sprouse, e claro, Richard Prince.


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Marc Jacobs Spring 2009


Marc Jacobs, diretor criativo da Louis Vuitton, desfilou na Semana de
Moda de Nova York, a coleção Spring 2009 de sua própria marca, a Marc Jacobs.

Buscando inspiração na década de 40, onde o processo de fabricação era limitado devido ao pós-Guerra, Marc seguiu o mesmo padrão usados pelas secretárias da época e do ecletismo colorido da idade do Jazz, ou seja, modelagem reta, saias abaixo do
joelho, cintura fina, luvas, e chapéus, muito chapéus. Além disso, os lenços de cabeça, moda que surgiu durante a guerra e se mantém até os dias de hoje, foram vistos com frequência. Dentre a cartela de cores, Marc apostou nas sóbrias, tais como, vinho, azul marinho, branco, preto, pérola, marrom, grafite e verde musgo. As cores mais vibrantes e energéticas, como, mostarda, vermelho, violeta e verde eram vistas principalmente nos detalhes e acessórios.


Além dos anos 40, Marc buscara referências na cultura oriental, principalmente através dos Obis (faixas que complemetam o Kimono), marcando a cintura em todo o desfile. A modelagem também fizera referência ao vestuário tradicional chinês com túnicas, extremidades marcadas e o decote singular.


Nota-se também que Marc abusou do brilho, principalmente através dos tecidos metalizados, mesclando-os em todo o look.

A coleção brinca com o uso de diferentes texturas no mesmo look baseadas na obra do compositor George Gershwin e sua Rapsody in Blue. Xadrez com floral e metalizado, listras com floral, xadrez com metalizado e liso. É uma verdadeira mistura que funciona, principalmente pelas peças terem o mesmo "ton-sur-ton".

Mas o estilista nao abusara somente do mix de estampas. Este também apresentara na sua coleção os looks monocromáticos nas cores preto, cinza e salmão, principalmente para os vestidos e conjuntos de tailleur e saia. Todos estes marcados na cintura com obis ou cintos.


Outros detalhes vistos na coleção foi a tendência dos ombros marcados. Tendência essa que começara com Balmain. Os adornos na cabeça estiveram presentes em todas as modelos, ora com chapéus, ora com lenços de cabeça. Para os pés, as sandálias, na sua grande maioria, eram amarradas nos tornozelos e nas pernas. Os acessórios comprovaram a tendência das maxibijuterias, onde os maxicolares eram rentes ao decote, e as pulseiras grossas desfilavam em torno dos braços.



Agora é só se jogar nas tendências. Compras já! Rs

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Love, Fashion, Career & Passion.


Olá, gente!
Tudo bem com vocês?

Eu sou Ellen Kaori Fujimori, universitária do curso de Negócios da Moda da Anhembi Morumbi.
Me formo esse ano (olha que emoção). E sempre tive interesse de criar um blog, na qual eu possa escrever sobre comportamento & estilo em relação à moda e beleza. Além disso, vou disponibilizar nesse blog tudo sobre celebridades, desfiles, tendências, parties, etc que eu sei que vocês a-d-o-r-a-m.




Meu nome é Ellen. Meu sobrenome é Moda.
Mal posso esperar para postar!
Um grande beijo, e prazer em conhecê-las!